domingo, 6 de novembro de 2011

Soberania: Uma Tautologia da Obediência



            Resumo
Soberania: Uma Tautologia da Obediência
            Nesse estudo, buscou-se traçar duas linhas críticas relativamente àquilo que a filosofia política intitula de “teoria da soberania”.
            No capítulo I, fez-se uma breve síntese dos contornos gerais da idéia de soberania. Realizou-se a análise tanto da soberania como exercício de poder, quanto do esforço teórico de construir a legitimidade e a limitação do ente estatal soberano. Nesse capítulo usou-se como referência fundamentalmente o pensamento de Maquiavel e de três filósofos contratualistas (T. Hobbes, J. Locke e J-J.Rousseau). O capítulo Finaliza-se enunciando as duas linhas críticas que desenvolvidas respectivamente nos capítulos II e III.
            No capítulo II, abordou-se a idéia da constitucionalização simbólica tal como desenvolvida por Marcelo Neves. Com a constatação da ineficácia normativa do ordenamento jurídico em decorrência do fenômeno simbólico, chegou-se ao desenvolvimento da primeira crítica à teoria da soberania. Concluiu-se, aqui, que o ordenamento jurídico, em especial a Constituição, não tem o condão de limitar o exercício do poder soberano ou mesmo de conduzir os meios de seu exercício.
            No capítulo III, realizou-se uma inversão da análise tradicional da teoria do Estado. Nesse sentido, utilizou-se tanto da crítica à teoria da soberania empreendida por Michel Foucault, quanto da abordagem foucaultiana acerca do fenômeno do poder. Acentuou-se, então a incapacidade da teoria da soberania em descrever o exercício efetivo do poder. Observou-se ainda que as práticas de governo parecem ser conduzidas por critérios muito diversos dos estabelecidos pela legalidade, guardando uma relação mais próxima com os mecanismos disciplinares e de biopoder. 
            Como conclusão, apontou-se que o ordenamento jurídico simbólico parece compor uma estratégia ampla de poder, por meio da qual se preserva o ente soberano, cujas práticas de governo são antijurídicas, mas, paradoxalmente, utiliza-se do conjunto das leis para esconder sua atuação. A Constituição seria a pedra estrutural da legitimidade do Estado, cuja atuação constantemente a agride. Dessa forma, a finalidade da soberania seria a manutenção das práticas de governo ordenadas pelo biopoder e pela disciplina com a conseqüente submissão dos governados.

Palavras-chave: Genealogia, Poder, Simbólico, Soberania.  

Esse é um breve resumo do trabalho que apresentarei em três ocasiões. Os interessados podem comparecer, serão muito bem vindos; todas as seções são públicas. Segue então os detalhes da data local e ocasião onde apresentarei. Já destaco que o dia em que a exposição poderá ser mais profunda será na Banca do dia 08 de dezembro, pois o tempo de apresentação é mais generoso e é um momento dedicado a argüição e debate exclusivamente do meu trabalho. Seguem as informações:          


No dia 09 de novembro (quarta-feira). 14 horas.
Local: Sala 328 – 3º Andar – Edifício Oswaldo Aranha Bandeira de Mello (Prédio Novo)

No dia 21 de Novembro (segunda-feira). 19 horas
Local: Ciências Sociais  sala: 103  dia: 21/11 das 19h00 às 21h00

No dia 08 de Dezembro (quinta-feira). 11 horas.
Local: PUC/SP. Edifício Oswaldo Aranha Bandeira de Mello (Prédio Novo), 2º andar, Sala 213 –A. 


Mais Detalhes:


No dia 09 de novembro (quarta-feira). 14 horas

SESSÃO 37 – Direitos Humanos
Sala 328 – 3º Andar – Edifício Oswaldo Aranha Bandeira de Mello (Prédio Novo)

10/127 – Área: Filosofia O papel da produção de verdades e da sociedade disciplinar enquanto sustentáculos do simbólico estado social democrático de direito[1]
Orientador(a): MARCIO ALVES FONSECA

10/331 – Área: Direito Vitimologia, vitimodogmática e direitos humanos: a importância da inserção da vítima nos estudos sobre direitos humanos no Brasil
Orientador(a): ALESSANDRA ORCESI PEDRO GRECO
Orientando(a): ROSSANA BRUM LEQUES

10/183 – Área: Direito A participação popular no processo de regularização fundiária enquanto instrumento de luta pelo direito à cidade: os casos da Comunidade e de Campo Grande – Jurubatuba
Orientador(a): NELSON SAULE JUNIOR
Orientando(a)s: IRENE MAESTRO SARRION DOS SANTOS GUIMARÃES
RENATA RODRIGUES FELIPPE DA SILVA
VANESSA KOETZ

10/718 – Área: Direito Aspectos jurídico-trabalhistas dos refugiados, apátridas e expatriados no Brasil
Orientador(a): CARLOS ROBERTO HUSEK
Orientando(a): RUTH OLIVIER MOREIRA MANUS

10/725 – Área: Direito Regime jurídico das atividades portuárias no Brasil
Orientador(a): DINORA ADELAIDE MUSETTI GROTTI
Orientando(a): ANDERSON MEDEIROS BONFIM

10/690 – Área: Filosofia Direito e comunicação: regulação e a garantia do direito de informar e de ser informado
Orientador(a): CASSIANO TERRA RODRIGUES
Orientando(a): CAROLINA AKEMI FUJIMOTO OSHITA

10/521 – Área: Medicina Parto prematuro: fatores de risco e suas conseqüências para o binômio materno-fetal em hospital de assistência secundária
Orientador(a): SÉRGIO BORGES BALSAMO
Orientando(a)s: ISABELLA SCUTTI REIS
SÍLVIA PAPALARDO

10/762 – Área: Educação Direitos humanos: políticas e ações socioeducativas
Orientador(a): NÁDIA DUMARA RUIZ SILVEIRA
Orientando(a): RICARDO BOAVENTURA DA SILVA


No dia 21 de Novembro (segunda-feira). 19 horas
Local: Ciências Sociais. Sala 103. Dia 21/11 das 19:00 às 21:00.

Mesa 51
Ética e Filosofia Política
Coordenadora: Profa. Maria das Graças de Sousa (Departamento de Filosofia)

113 – Fernanda Elias Zaccarelli Salgueiro
Política e Desconstrução em Derrida

1056 - Lucas Lima Furió
As paixões no Emílio de Jean-Jaques Rousseau: entre vícios e virtudes

2089 – Luiz Fernando Pereira de Aguiar
Sujeito e direito de natureza nas obras políticas de Thomas

Soberania: Uma Tautologia da Obediência

3114 – Thiago Henrique Costa do Nascimento
Os Afetos da Razão: Rousseau e Nietzsche      


No dia 08 de Dezembro (quinta-feira). 11 horas.
Local: PUC/SP. Edifício Oswaldo Aranha Bandeira de Mello (Prédio Novo), 2º andar, Sala 213 –A.

Componentes:
Prof. Jonnefer Francisco Barbosa       

Parecer do Núcleo Paulo Freire de Monografia da PUC/SP:

PARECER AD-HOC PARA PRÊMIO MENÇÃO HONROSA 2011
Trabalho: SOBERANIA: Uma tautologia da obediência
O trabalho em exame estuda tema de grande relevância teórica, no universo crítico do Direito, o problema do poder e da legitimidade jurídico-política. Trata-se de um tema que merece destaque em qualquer abordagem jurídico-filosófica. Seu desenvolvimento metodológico é consistente e rigoroso, sem deixar de lado a criatividade e o desenvolvimento do raciocínio pessoal. Há um uso muito competente do pensamento de Michel Foucault, que é contraposto ao de Marcelo Neves, no estudo do tema da legislação simbólica. Sendo assim, o nosso parecer é favorável para a concorrência deste trabalho no prêmio menção honrosa.


[1] Esse era o título do projeto inicial, que posteriormente foi reformulado para Soberania: Uma Tautologia da Obediência.   


Um comentário:

  1. Premiação de melhor trabalho de I.C da PUC/SP. Para quem perguntou, segue a lista. Cerimônia no dia 06/12. http://www.pucsp.br/iniciacaocientifica/downloads/01_12_11_Premiacao_Melhor_trabalho.pdf

    ResponderExcluir